domingo, 3 de maio de 2009


Em uma pequena vila, morava Henrique, um menino que sempre sonhou em viver grandes aventuras na sua vida. Ele tinha um grupo de amigos o qual se reunia todos os finais de semana para acampar, e assim, fingiam que eram detetives e passavam as noites em busca de desvendar mistérios. Eles gostavam de ir para um campinho perto da casa de Henrique, pois lá podiam fazer o que queriam nas madrugadas. Até que um dia, resolveram mudar seus planos: ir para o cemitério! Todos ficaram com medo dessa decisão, porém para provar a “coragem de homem”, concordaram.

Era uma noite de sábado, estava tudo muito escuro, quando Henrique e seus amigos chegaram ao cemitério. Eles não sabiam o que realmente iriam fazer naquele local tão sombrio, no entanto não poderiam mais desistir.

De repente, um dos meninos percebeu algo estranho, porém não soube dizer o que era para os outros e apontou. Todos ficaram impressionados e com medo, queriam ir embora naquele momento, então Henrique falou:

─Temos que ficar, somos poucos e é perigoso se sairmos agora, pois é longe de nossas casas; temos que esperar amanhecer. Afinal, somos homens e não podemos ter medo!

Como eles não conseguiriam fazer nada antes de saber o que estava pertubando-lhes, foram desvendar este mistério. Uma luz saía pela janela de um casebre, no meio da escuridão, de forma que apagava, acendia e mudava de cor com uma frequência irregular. Foram aproximando-se para terem uma melhor visão do local. Olhavam ao redor e viam todos aqueles túmulos e o nevoeiro que tomava conta de todo o local. Empalideciam!

─Não tenho coragem de ir! ─ disse um dos meninos ─ Ninguém sabe o que tem lá dentro, pode ter um monstro ou, quem sabe, um morto-vivo! Pode ser uma alma esperando alguém para devorar!

─Devorar?!─ todos riram.

─Sim, nós não sabemos do que esses seres são capazes!

─Nossa Ricardinho, não sabia que você acreditava nessas histórias de criancinhas!

Henrique percebeu que todos os meninos estavam com muito medo, mas não queriam dizer para não acontecer o mesmo que ocorreu com Ricardinho. Então, Henrique pronunciou-se:

─Já que ninguém quer ir, e eu sou o líder do grupo, irei ver o que está acontecendo e poderemos brincar sem nos preocuparmos mais.

Mesmo com um pouco de relutância, não poderia deixar que o medo o vencesse. Como poderia ser líder de um grupo se era medroso?! Lutando contra todos os seus sentimentos, Henrique foi. Quando estava chegando mais perto percebeu que além da luz, ainda havia vozes as quais ele não conseguia saber o idioma falado. Foi, então,  ficando cada vez mais apavorado, porém não poderia sair correndo, apesar de essa ser a sua vontade. Quando chegou em frente a porta, que estava fechada, suspirou fundo e abriu-a.

─Meu filho, você não tem o que fazer não?! Já está de madrugada e você num cemitério?! Cadê seus pais?

O menino começou a rir. Todo aquele suspense que fizeram, todo o medo que tiveram era por causa do coveiro o qual estava assistindo a um filme em russo na sua casa. Henrique pediu desculpas por estar atrapalhando e explicou-se ao senhor. Este convidou o menino e seus amigos para passarem a madrugada lá e todos se divertiram muito. Foi a melhor aventura que Henrique já teve em sua vida. 

Letícia Maria Rodrigues Ramos

 


Manaus, 17 de janeiro de 2009.

 

            Viviane,

            Estou com muitas saudades de São Paulo, de escutar a “trilha sonora” dos carros, da vida agitada, de todos os amigos que aí ficaram, inclusive de ti. No dia em que eu puder, irei visitar todos, por enquanto, não é possível. Por esse motivo, estou escrevendo-te esta carta, e também, para contar as “aventuras” que vivo deste que cheguei aqui.

            Quando minha mãe chamou-me para Manaus, avisou que era porque vovó estava doente e precisava da presença da família, porém eu não sabia que esta era enorme e que todos ficariam hospedados na casa da vovó.

            Chegando lá, apresentaram-me o quarto onde eu iria ficar. Acostumada a ter meu próprio espaço, pois sou filha única, tendo o quarto reservado só para mim, levei um grande susto: além de mim, mais oito primas ficariam dormindo e convivendo no mesmo quarto; este que era “minúsculo”. E, não adiantou eu reclamar, pois todos da família concordavam com a situação, até a mamãe!

            No primeiro dia, chegamos na hora do almoço. Quando este foi acontecer, havia umas dez pessoas sentadas à mesa que tinha apenas quatro lugares. Havia gente sentada no chão, no sofá, na mesa da cozinha, dando uma totalidade de quase trinta pessoas. Até os vizinhos vieram almoçar na casa da vovó! Fiquei enfurecida, disse para a minha mãe que não ficaria lá por mais de uma semana, mas depois mudei de ideia.

            Todos os dias, à noite, nós nos reuníamos após o jantar para jogar cartas, contar piadas, partilhar nossas experiências nas diversas cidades em que já moramos. Era muito divertido, mas, também, bastante diferente, pois eu não era acostumada a ter essas vivências em família.

            Como aqui também estava nas férias, meus primos sempre inventavam algo para fazer durante o dia. Íamos tomar banho no rio, pescar, andar de barco, fazer coisas que eu nunca pensei em fazer. E assim, fui acostumando-me com esta rotina e gostando de saber o que é ter uma família.

            Nesse tempo que passamos aqui, vovó já melhorou bastante por ver a nossa unidade que há muito tempo não havia na nossa família.          

            Estou muito feliz e já consegui adaptar-me a esta cidade, pois faz um pouco mais de dois meses que estou aqui. Prometo que voltarei a me comunicar contigo, agora tenho que parar de escrever, pois meus primos e eu vamos, agora, conhecer o encontro das águas do rio Negro e Solimões!   

             

            Abraço a todos,

                                                                                                     Camila.


Letícia Maria Rodrigues Ramos


Num sábado, à tarde, as pessoas da cidade de Lamparina foram para o shopping, pois estava chegando o dia das bruxas, e todos iriam comprar fantasias e balas.

De repente, as luzes começaram a piscar, o vento soprava forte do lado de fora do shopping, as pessoas gritavam, não conseguiam sair, pois as portas estavam travadas. Foi então que um homem gritou:

—Vejam, estamos sangrando!

Todos se desesperaram, médicos, que estavam no local, tentavam encontrar uma explicação para o ocorrido. As pessoas estavam vermelhas, seu sangue derramava pelo corpo todo.

Diante de todo aquele desespero, o sangue derramado no chão começou a subir pelas paredes e este corroía as paredes de forma inexplicável, buracos foram surgindo.

Algumas horas depois, as pessoas foram morrendo, começou com as crianças e idosos, depois adultos, no outro dia, não havia mais ninguém vivo no shopping.
Ilana Maria Holanda Sousa Teles